domingo, 26 de abril de 2009

Radioatividade


O que é?

A radioatividade ou radiatividade é a capacidade que alguns elementos fisicamente instáveis possuem de emitir energia sob forma de partículas ou radiação eletromagnética.

Como foi a descoberta?

No ano de 1896, o francês Henri Becquerel constatou que um composto de urânio apresentava a interessante característica de causar uma mancha numa chapa fotográfica mesmo no escuro e embrulhada em papel negro.

A interpretação de Becquerel era de que os raios de Becquerel eram ondas eletromagnéticas transversais (como a luz) de pequeno comprimento de onda e que o processo de emissão era um tipo de fosforescência.

Afim de completar sua tese de doutorado, Marie Curie passou a estudar esses raios descobertos por Becquerel. Era empolgante. Os cientistas sabiam que a radiação carregada eletricamente enchia o ar ao redor do urânio, mas não se sabia muito mais do que isso. Marie usou um aparelho que seu marido, o professor Pierre Curie, tinha inventado para detectar cargas elétricas ao redor de amostras de minerais. Ela deu ao processo o nome de radioatividade e concluiu que era emitida de dentro de um átomo de urânio. 

 



Marie Curie

Como os Curie não tinham dinheiro para cobrir as despesas das pesquisas dela, e como a universidade se recusava a fornecer recursos para uma mulher recém-formada fazer suas pesquisas, Marie conseguiu a muito custo um lugar para instalar seu laboratório. Descobriu um barracão abandonado que tinha sido usado pelo Departamento de Biologia para guardar cadáveres. Era insuportavelmente quente o verão e uma geladeira no inverno, com duas mesas de madeira, cadeiras e uma velha estufa enferrujada.

Em 19898, Marie ganhou um intrigante minério de urânio chamado pechblenda, que seus testes demonstraram emitir mais emissões radioativas do que se podia esperar da quantidade de urânio que continha. Ela concluiu que devia haver outra substância dentro da pechblenda para emitir radiação a mais.

Ela começou com testes de 3,5 onças de pechblenda. Planejou remover todos os metais conhecidos para que no final só restasse este elemento novo, altamente ativo. Ela triturou o minério com pilão num almofariz, passou numa peneira, dissolveu em ácido, ferveu para eliminar o líquido, filtrou, destilou e aí o eletrisou.

Nos próximos seis meses, Marie e seu marido isolaram quimicamente e testaram cada um dos 78 elementos químicos conhecidos para ver se os misteriosos raios radioativos fluíam de qualquer outra substância que não fosse urânio. A maioria do tempo ele passavam esmolando por pequenas amostras que não tinham dinheiro para comprar. Curiosamente, cada vez que Marie removia mais dos elementos conhecidos, o que lhe sobrava de pechblenda era sempre mais radioativo do que antes.

O que deveria ter levado semanas arrastou-se em longos meses devido às condições horríveis de trabalhos. Em março de 1901, a pechblenda finalmente abriu mão dos seus segredos. Marie tinha encontrado não um, mas dois novos elementos radioativos: polonium (que ganhou esse nome para homenagear a Polônia, seu país de origem) e radium (assim chamado porque era, de longe, o elemento mais radioativo jamais descobertos). Marie apresentou um minúsculo exemplo de puro sal de rádio. Pesava 0,0035 onças (0,10g) – menos que uma batata chip - mas, era um milhão de vezes mais radioativo que o urânio.

Como ainda se desconheciam os perigos da radiação, Marie e Pierre foram perseguidos por problemas de saúde. Dores e grande sofrimento físico. Mãos cobertas de úlceras. Contínuas recaídas de doenças bastantes sérias, como pneumonia. Um cansaço interminável. Finalmente, a radiação que Marie tinha estudado a vida inteira a matou em 1934.

Curiosidade: Mulheres que receberam o Prêmio Nobel foram 34, num total de 723 prêmios outorgados até 2005. Marie Curie foi não só a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel, como também foi uma da quatro pessoas que o receberam duas vezes.

 


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